Leitor

pontapé de boas-vindas,

“Changing is what people do when they have no options left.”


Nós somos as escolhas que fazemos e aquelas que omitimos, a audácia que tivemos e os fantasmas aos quais sacrificamos a possível alegria e até pessoas que amamos; a vida que abraçamos e a que desperdiçamos. Dá para escolher entre ser carnívoro ou vegetariano, entre fumar ou não, entre correr na praia ou ficar um pouco mais na cama, entre jogar às cartas ou ler um livro, entre amores serenos ou paixões turbulentas. O que importa é ter a consciência de que ficar sentado à espera que a vida escolha por nós não é uma opção confortável como parece. Enquanto dormimos a pensar no dia de amanhã, deparamo-nos que o amanhã chega cedo demais e o tempo perdido foge-nos por entre os dedos.
Sempre que houver alternativas, é melhor ter cuidado. Não optes pelo conveniente, pelo confortável, pelo respeitável, pelo socialmente aceitável, pelo honroso.
Opta pelo que faz o teu coração vibrar. Opta pelo que gostarias de fazer, apesar de todas as consequências. Porque para amar temos que estar dispostos. E antes de nos importarmos com alguém, precisamos importar-nos connosco. Parece auto-ajuda, parece fácil, mas não é. Eu importo-me comigo. E importo-me contigo. Antes do amor ser feito de dois, ele é feito de um.
É isso. A vida é feita de escolhas. E quando dás um passo à frente, inevitavelmente alguma coisa fica para trás. Porque uma pessoa imatura pensa que todas as suas escolhas geram ganhos, mas uma pessoa madura sabe que todas as escolhas tem perdas.
Faças o que fizeres, não te auto-congratules demais, nem sejas rígido demais contigo. As tuas escolhas têm sempre metade das chances de dar certo, têm sempre o acaso como seu aliado. Se a felicidade depende do que decides, é da sorte a última palavra.
É assim para toda a gente.
O melhor é cumprir nossas escolhas e abandoná-las quando for preciso, mexer e remexer na nossa trajectória, alegrar e sofrer, acreditar e descrer, seja de que maneira for, tudo se justificará, tudo dará certo. Algumas vidas até podem ser tristes, outras são desperdiçadas, mas, num sentido mais absoluto, não existe vida errada. Somos todos culpados, se quisermos. Somos todos felizes, se deixarmos.

Alguns dizem que nossas vidas são definidas pela soma das nossas escolhas. Mas não são nossas escolhas que distinguem quem somos, é o nosso compromisso com elas.

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