Leitor

Walking Disaster

Ando a agarrar-me à réstia dos meus neurónios só para não virar uma demente ébria. Não sei o que farei quando perder os sentidos novamente, se os perder, que os encontres dentro de ti, não os deixes fugir. Sentidos sentido a tempo inteiro, sentes que me deixas? Sinto muito. Só pedia mais um bocado de demência insana, profundamente tortuosa, sabe-me tão bem ficar louca. Só por mais uns momentos. Se voltares, prometo que te deixo novamente. Deixo-te aqui, dentro de mim, a torceres-me veias e artérias, se morrer que me leves contigo. Pouco me importa. Não me revolto de arrependimento da inocência perdida, alguma vez a tive? Rio-me ingenuinamente, eu nem sei o que te dizer. Não te cruzes comigo, roubaram-me a língua e a eloquência, deixei de saber as palavras de cor, mecanizadas num processo contínuo de respostas feitas previamente. Elevei-me tanto que me deixei cair em tentações e que bem que sabe. Tentadoramente perspicaz, insano, tão doente quanto eu, quem és tu afinal? Que me tens e não sabes, que me olhas e não vês. Que me falas sem dizer nada. Só pedia mais um bocadinho. Uma réstia de toques, de sabores. Deixa-me saborear os teus nervos e entranhas, viver dentro de ti porque só essa morte me falta. 
Ainda não esqueci que te quero, apenas não me lembro mais.

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