Leitor

Delírios




Dedilhas os meus anseios enquanto fechas os olhos e tentas menosprezar aquilo que sentes. Sei que te afogo os prantos em águas quentes, de maneira a que não sintas o gelo que é ser tu. Descobri que foges de todas as tuas teorias manhosas de racionar tudo aquilo que é emocionante e que te privas de provar o quão bom é a vida. Tudo isso porque te escondes atrás de palavras feitas e de orgulhos hediondos. Porquê? Se no tanto que há para viver, tu escolhes não morrer de maneira deleitosa. Sei que me tocas porque me desejas mas não me desejas a teu lado para não te ver nessa mágoa fugaz. Eu não tenho medo das tuas dores. Desfaço-me nas curvas apertadas dos teus pensamentos e agradeces-me por ainda te sentires vivo. Não sei que pensar porque deixei os meus pensamentos a prazo, numa conta só tua, perdi-lhes o direito. Chega-te para cá, encosta a tua cabeça no meu peito e chora tudo aquilo que tens a chorar. Eu também tenho medo. Mas usa-me só mais um bocadinho, para te sentires vivo. Para eu me sentir útil. 
Para nos vivermos um ao outro. 

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